A internet possibilita uma nova forma de estrutura social, o que altera a forma de como se ligar com a aquisição, transferência e uso da informação. Vivemos na grande aldeia global. Ou talvez nem tão grande assim, se pensarmos que há muita gente a margem, desta tecnologia, ou quando tem acesso, o uso é bem precário, o que dificulta a aquisição de conhecimentos.
Segundo Lèvy, no futuro haverá um novo ambiente para comunicação e colaboração, uma nova camada de direcionamento de dados. Seria um sistema coordenado que receberia um direcionamento de conceitos e de ideias. Esse ambiente ele chama de rede de metadados.
Para o pesquisador, as várias línguas naturais não evoluíram para serem manipuladas automaticamente através de um sistema digital. Por isso, a ideia de Lèvy é a criação de uma língua universal específica para ser manipulada de forma automática na internet, que seria usada principalmente para a organização de dados. “Seria uma língua de metadados ou metalíngua. Seria diferente do Esperanto, por exemplo. Eu penso que seria um sistema coordenado do espaço não físico, mas semântico”, explicou.
O professor afirmou que na sua visão de um futuro próximo ocorrerá algo como a grande evolução científica do século 17, mas não a respeito da natureza material e sim sobre a cultura das ciências sociais. “Acho que isso vai nos auxiliar a ficarmos conscientes sobre nossa inteligência coletiva, pois seremos capazes de observá-la através do espelho da mídia digital”, previu.
No momento direcionado às perguntas, Lèvy respondeu vários questionamentos da platéia. Sobre o grande número de informações no espaço virtual, Lèvy disse acreditar que nunca há informação excessiva. “É como se disséssemos que há muitos livros em uma biblioteca. É necessário que os utilizemos tendo o maior número possível de informações”, salientou.
Mas o pesquisador ponderou a forma de utilização desses dados. Para ele, o problema é o meio de filtrar e catalogar essas informações na web. “É nesse aspecto que devem ser aplicados os esforços. Sem esquecer que os utilizadores têm também uma responsabilidade, eles têm que ser capazes de escolher as fontes pertinentes”, disse.
O filósofo fez ainda um alerta para a entrada da sociedade em uma economia baseada na gestão do conhecimento, o que supõe que os indivíduos sejam capazes, responsáveis e criativos nas escolhas e com uma preparação das instituições de ensino.
Lèvy também estimulou a participação em redes sociais como o Facebook e o Orkut, mas destacou o papel do Twitter para a comunicação atual. Conforme Lèvy, a utilização do Twitter é um processo de filtragem colaborativa da informação que está nas mãos das pessoas. Ele avalia que o recebimento e o envio de muitas informações é um processo positivo, mas o importante é sintetizar e organizar esses dados.
Como organizar e disponibilizar informação é fundamental, viva a Ciencia da Informação...
Algumas obras de Lévy...
Ciberdemocracia. Lisboa: Instituto Piaget, 2003. 249 p.
As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. 1. ed. Lisboa: Instituto Piaget, 1992. 263 p.
As árvores de conhecimentos. São Paulo: Escuta, 1995. 188 p. (em co-autoria com Michel Authier)
O que é o virtual? São Paulo: Editora 34, 1996. 160 p.
A inteligência coletiva: por uma antropologia do ciberespaço. 3. ed. São Paulo: Loyola, 2000. 212 p.
A ideografia dinâmica: para uma imaginação artificial? Lisboa: Instituto Piaget, 1997. 226 p.
A ideografia dinâmica: rumo a uma imaginação artificial? São Paulo: Loyola, 1998. 228 p.
A máquina universo: criação, cognição e cultura informática. São Paulo: ARTMED, 1998. 173 p.
Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999. 260 p.
Filosofia world: o mercado, o ciberespaço, a consciência. Lisboa: Instituto Piaget, 2000. 212 p.
A Conexão Planetária: o mercado, o ciberespaço, a consciência. São Paulo: Editora 34, 2001. 189 p.
Filosofia world: o mercado, o ciberespaço, a consciência. Lisboa: Instituto Piaget, 2000. 212 p.
A Conexão Planetária: o mercado, o ciberespaço, a consciência. São Paulo: Editora 34, 2001. 189 p.
E, é como digo: Chique é trocar informação!
Vamos socializar,
porque chique é trocar informação!
Att. Lú Silva